domingo, 12 de fevereiro de 2012

PASSARINHA



pássaros brasileiro perfeito  
 
Muitas vezes, nossos filhos adolescentes desejam alçar vôos arriscados e perigosos. Voar alto é a lei fazendo com que todo e qualquer limite seja rejeitado, ou no mínimo, questionado de forma penosa. A poesia Passarinha nasceu numa tentativa bem sucedida de oferecer algo que não cortasse ou ferisse as asas de uma adolescente, que não a impedisse de voar, mas que pudesse tornar cada vôo uma experiência prazerosa e de crescimento. Através desta poesia, o limite deixou de ser sentido como um limite. O limite entrou suavemente como uma orientação indispensável para manter as suas asas sempre fortes e prontas para um vôo mais sábio, portanto, menos imaturo e arriscado.

PASSARINHA
FILHA DA LIBERDADE.
LAPIDE SEU DOM DE VOAR
COM A PACIÊNCIA DE ESPERAR
O MOMENTO CERTO PARA CADA VÔO.
O VÔO MAIS ALTO
NÃO É O PRIMEIRO
E NEM MESMO O ÚLTIMO;
É SIMPLESMENTE
O MAIS SÁBIO
A SER CONSTRUÍDO
COM A EXPERIÊNCIA
DE QUEM ACEITA OS LIMITES
SEM IMOBILIZAR A CORAGEM
DE SEGUIR EM FRENTE
E DE QUEM OS ULTRAPASSA
SEM A DÉBIL IMPRUDÊNCIA
DE ARRISCAR A VIDA.

PASSARINHA
AINDA QUE PENSE SER GRANDE
COMO ÉS DE FATO
HÁ AINDA MUITO QUE CRESCER.
ACEITASTE TÃO BEM A INFÂNCIA
POR QUE NÃO O ADOLESCER?
O ADULTO QUE TUDO SABE
SÓ NÃO SABE QUE PRECISA
COM HUMILDADE SABER MAIS.
ÉS TÃO ESPERTA
QUANTO INGÊNUA
COMO QUALQUER UM DE NÓS.
DAÍ, POR MAIS QUE VIVA E CRESÇA
A CRIANÇA ESTARÁ SEMPRE AÍ
QUERENDO SABER UM POUCO MAIS;
A ADOLESCENTE TAMBÉM,
QUESTIONANDO TUDO QUE A CRIANÇA APRENDEU.
ESQUENTANDO A CABEÇA COM OS DOIS
A ADULTA PREOCUPADA BRANQUEIA OS CABELOS
E RINDO DOS TRÊS
A ANCIÃ FINALMENTE RELAXA E SE INTEGRA.

PASSARINHA
SE AINDA OLHO TEUS PASSOS
É POR CUIDADO,
CONTROLE, JAMAIS.
NÃO SERÁ COM 18
E NEM MESMO COM 21
A IDADE DE SENTIR-SE GRANDE;
“PARA SEMPRE” É A IDADE CERTA.


PLENITUDE

 Plenitude
 
 
A vivência da plenitude é muito mais simples do que a gente imagina. No entanto, somos viciados numa demente complexidade



Ser pleno
É ser tudo?
Ser pleno
É ser


Ser pleno
É ter tudo?
Ser pleno
É ter o indispensável


Ser pleno
É ser equilibrado?
Ser pleno
É esculpir desequilíbrios


Ser pleno
É ser sábio?
Ser pleno
É saber que não se sabe


Ser pleno
É ser perfeito?
Ser pleno
É tornear imperfeições


Ser pleno
É ser acabado?
Ser pleno
É aperfeiçoar o inacabado


Ser pleno
É estar repleto
Ser pleno
É curtir o seu vazio


Ser pleno
É ser inteiro?
Ser pleno
É ser quebra-cabeça


Ser pleno
É ser absoluto?
Ser pleno
É relativo apesar de tudo

ACEITAÇÃO


Fotos de Aceitação, Imagens de Aceitação sem royalties ...
 
Há quem passe a vida lamentando o que não viveu; e neste espaço de lamentação se esqueça de fazer o que lamenta e o que esqueceu de fazer antes - "Viver o presente".


Queres sentir o gosto
Do sabor que não viveu
A palavra não dita
O olhar desviado
O toque contido.
No entanto...
O presente chegou
Sorrateiro
Como um tornado
Carregando tudo
Que você deixou pra depois
No paraíso não vivido por ti.
Tarde demais!
Descobriste o valor de seu tesouro
Quando escapaste ao controle
De possuí-lo.
Perdeste
O que desconhecia possuir.
Foste pobre
Com um diamante residindo em ti.
Este pesar que sente
Não vai mudar a sua história
Torna-la-a mais pesada ainda.
Resta-lhe a leveza
De um sentimento desconhecido
Outro tesouro escondido
Nas profundezas de seu ser.
Faça de seu novo presente
O futuro
De tudo que precisa ser
Agora
E não deixando de ser
Ser lamentado
Depois

JEITO BOBO

 
 
a ilustração do cérebro da construção segura um parafuso 4858301 Vetor no  Vecteezy
 
O jeito certo de ser só nos oferece trejeitos que nos deixa ainda mais sem jeito. Melhor perder o jeito e ajeitar uma forma de ser que seja só nossa.

Quero sair deste mundo
Certo
Desacertando
Meus acertos
Meus acervos
Meus apertos
Intelectuais
Pra no final mente
Desapertar
Meus parafusos cerebrais
Bambeando meu sórdido equilíbrio
E gozar o jeito bobo
Que só os sábios
Se permitem ter


FANTASMA

 
 

Foto grátis personagem assustador de tiro completo posando
 
Os nossos fantasmas, além de assombrar, podem afugentar para sempre a nossa relação com a vida e com o outro. Melhor viver só do que com o fantasma que o outro carrega. Melhor ainda, partir para outra!

O fantasma que te habita
Assombra nossa felicidade
Teus olhos no passado
Passado e sem brilho
Não vê a luz presente em mim
 
O que faço contigo
Se tens outra?
Não tens a mim
Apesar de oferecer-me
Inteira para ti
 
Esfacela-me
Com tuas lembranças caladas
Lembrança de outro amor
Que roubou-te de mim
Antes mesmo de tê-lo

Na batalha da conquista
Frequentes derrotas
De uma mulher guerreira
Que decide agora
Desistir de ti

VOCE

Fundo, Coração, Coração Brilhante
 
Aquele a quem se ama é, sem sombra de dúvida, um espaço aconchegante do qual a gente não deseja sair

Espaço gostoso de habitar
Povoado por um silêncio secreto
Que cala as minhas certezas
Por um barulho engraçado
Que me faz rir.
Lugar de sonho e realidade
O meu preferido
Às vezes ferido
Pelo lixo que não limpei em mim.
Sem dono
Sem escritura que me faça dona
Esse lugar é como o mar que amo
Infinito em mim.
Deveras gostoso
Meu gozo
Prazer de habitar
Coabitar
Reabitando a mulher
Que por usocapião
É dela e sua também


BRAVA GENTE


Mais forte que o destrutivo poder das intempéries naturais é a força de gente  aparentemente miúda, mas no fundo bravos gigantes que não se sucumbem a elas . 




A enchente chegou
Carregando tudo
Só não carregou
O brilho dos estrábicos olhares
O doce sorriso desdentado
As cálidas mãos
Daquela brava gente
Que imersas na água suja
Infectavam o corpo
Lavando a alma
Que cristalina deslizava
Sobre a forte correnteza
Acolhendo com bravura
A frágil e impotente
Condição de ser humano
Que mesmo sem teto
Abrigava com o coração.

LINDA

1.500+ Neurose De Guerra Ilustrações fotos de stock, imagens ...

Aquela moça linda que se acha feia pode ter sido corrompida pela beleza fabricada pela mídia - Beleza padronizada e cruel. E com os olhos furtados de si mesma, anseia ser o que não é perdendo o encantamento de sua inédita beleza.


A ilusão de ser
O que não és
Rouba de teus olhos
A sua beleza.
Furtada de si
Resta-lhe a miséria do ser
A compulsão de ter
Traços que não traçam
As linhas de sua beleza.
O sofrimento de ser linda
A obrigação de ter a falsa beleza
Que iludiu teu olhar
Te faz triste
Quando poderia ser
A mais feliz das criaturas



MELÔ DO NEURÓTICO



A criação de símbolos na neurose obsessiva
 
Há quem ame a tristeza acima de tudo... 
 
Dizem que tristeza dói
Pra mim é prazer que corrói
Dizem que alegria encanta
Meu medo ela não espanta
Meu stress dá status
Meu status, mal estar
Só não surto pra sofrer mais
A loucura é o meu cais
Se curo, fico doente
Se adoeço me sinto curado
Morrer é sempre um estímulo
Viver só se for acuado
O difícil pra mim é tão fácil
O fácil tão complicado
Só quero o que não posso
Se posso me destroço
Ciúme pra mim é amor
Amor, papo furado
Me movo com adrenalina
Relaxo e me sinto culpado
 Neura
Não me abandone!
A cuca sem ti esvazia
Tua essência é só alegria
No coração você me infunde
O prazer da taquicardia
 Neura
Não me abandone! 

sábado, 11 de fevereiro de 2012

VAZIO DE NÓS


169,250 Fotos de Stock de Nó - Fotos de Stock Gratuitas e ...
 
Quando um amor se vai, o vazio toma conta transformando o pronome "nós" no substantivo nó 
 

Amor que falta-me
Sinto falta de ti
Sinto falta de mim
De nós dois
Em algum lugar
Que já não existe mais
Sinto falta da mulher que já não sou
Sinto falta do homem que não és mais
Ficamos perdidos no passado
Passados
Perdidos
Perdi a mulher que te viveu
Perdi o homem que me viveu
Tento encontrar-nos
Encontro um presente
Vazio de nós
Repleto de nós a desatar


SE DEUS QUISER...

 
 Deus e o Diabo na Sala de Jantar - Ceriblog
 
Existe todo tipo de Deus para todo tipo de gente. Tem Deus que liberta, tem Deus que aprisiona. Tem Deus que parece Deus. Tem Deus que parece o diabo. Enfim, o nosso Deus, por mais esquisito que seja, tem sempre a nossa cara. O amor ou a severidade dele é, com certeza, um reflexo destes sentimentos dentro da gente.
 

Que Deus é esse
Que deseja mais
Que o mais miserável humano?
Egocêntrico e controlador,
Por demais desumano,
Rouba da humanidade
O direito de decidir
O seu próprio destino.
E, o dever da responsabilidade
Sendo só sua,
Faz-nos fantoches
Ou eternas e medíocres
Crianças amedrontadas
Pelo pai cruel,
Ditador implacável
Que dita as regras
Restando-nos apenas
O divertido sabor de burlá-las.
Que Deus é esse
Que nos escraviza?
Senhor de tudo,
Chibata a nossa alma
Com a sua prepotência,
Prendendo-nos no tronco
De sua onipotência,
Algemando nosso poder
Com sua vaidade
De poder mais,
De poder tudo;
Poder, sobretudo, confundir
A débil cabeça do ser
Que o criou
À sua imagem e semelhança.

QUE LÍNGUA!


 
 
 Dicionário escolar da Língua Portuguesa
 
Dedico esta poesia à Língua Brasileira que, lamentavelmente, vem sendo ultrajada pelos estrangeirismos em excesso


Falo brasileiro
Muito mal o português
Opto pelo estrangeiro
E esqueço o resto.
Esquecido do que sou
I’ don’t know mais nada


Brasileiro caipira
Português ultrapassado
Estrangeiro chique
Ave Maria!
Barbaridade!
Help!
Língua brasileira
Língua portuguesa
Língua estrangeira
São tantas as línguas numa só
Que já não sei mais a minha
 
Fale bem o inglês
Ou shut up!
Mal o português
Cale a boca!
O brasileiro para o gasto
Psiu!
Exponho baners
Penduro cartazes
Envio folders
Espalho folhetos
Promovo workshops
Faço encontros
 
Como hambúrguer
Cago sanduíche
Delicio Ruffles
Vomito batatas
Saboreio hot dog
Arroto cachorro quente

 
E, para finalizar
Não sei mais o que falar
Sei que falo inglês
Mas sou brasileiro
De língua portuguesa
Portanto, The End!



LINGUARUDA
Poesia "Que Língua" modificada e transformada em música por João Cantiber e Mari Blue

Clique em  http://youtu.be/P8PVaZQKibI para ouvir a música

Falo brasileiro, muito mal o português
Me viro no estrangeiro
Brasileiro para o gasto
Esquecido do que sou
I don't know mais nada
Como hambúrguer no pão francês
Hot dog no croissant
Boto farinha no molho inglês
Oxente my god barbaridade help!
Sorry!
Língua brasileira
Língua portuguesa
Língua estrangeira
Língua a milanesa
São tantas línguas numa só que a minha já deu nó!
Corto cabelo no coiffeur
Tomo café com chantilly
Depois eu saio da bomboniére
E vou para Nova Iorque aqui na Barra
E fico ali
Brasileiro caipira
Português ultrapassado
Ave Maria!
Exponho um banner que já foi cartaz
Envio um folder e tudo mais
Au revoir Bahia!
Língua brasileira
Língua estrangeira
Língua a milanesa
São tantas línguas numa só que a minha já deu nó!
No ipod ouço black music
A backing vocal dá um show
Isso me distrai
Derepente a luz apaga
O que eu vou fazer
Relax, eu tenho um discman
De Stand by
Meu notebook é chique
Passa até blu ray
O problema é que eu não sei
Onde é que fica o play
Comprei no Credit card
Vinte por cento off
Um perfume importado
Uma vodka e um scott
Quero dar um time
Fazer um coffe break
Mas não sei se peço
Sundae ou milk shake
Mais tarde vou para night
Numa Jam Session
O pub é high society
Tô sem money
Mas tô fashion

PREFÁCIO



Poesia não se explica e nem mesmo se fala a respeito. Poesia se faz, declama e por si mesma já diz tudo e muito mais do que as palavras, expressões e ideias nela contida. Poesia não toca o cérebro, toca a nossa alma. Tocada pela poesia, a alma não entende - "compreende". A compreensão de cada ser transcende a ideia que o poeta quis passar.
Te toco, agora, com cada poesia que este livro virtual, gratuitamente, lhe oferece. O sentido que dou ao meu toque, com certeza, será por você sentido ora de forma similar, ora de uma forma diversa, às vezes, contrária ao sentido que eu quis dar ao mesmo. Independente de qualquer coisa, o toque será dado.O importante é que seja sentido por você da maneira que você precisa e merece.






DEDICATÓRIA


Dedico este livro a todos os poetas consagrados e ocultos. Dedico, também, a você que não se consagrou poeta, mas que guarda na gaveta de sua alma a sua expressão poética.








AGRADECIMENTOS


Agradeço a poesia que habita o universo tocando com versos os nossos reversos.
Agradeço a poesia que me habita, habilitando-me recitar com mais fluência e beleza tudo aquilo que rima com a minha própria essência.

APRESENTAÇÃO

Este livro é uma coletânea das poesias que fiz para retratar a minha vida, a vida de pessoas que fazem e fizeram parte do meu viver, do mundo que vivo e não vivo. É, sobretudo, uma forma de dar um toque para transformar a poesia que falta na poesia que tudo preenche.