quarta-feira, 3 de julho de 2024

NUNCA MAIS

 

 Dedico esta poesia a um grande amor: "Meu Bidu"

No dia desta foto, 21 de  maio, temendo perdê-lo, você se deu a mim como presente de aniversário.

Nem que fosse, por pouquinho tempo, você deu a mim mais um pouquinho de ti.

Grata por ter tornado meu aniversário inesquecível e feliz

 

Quisera eu

Nunca perder-te

Perdi

Agora estás

Como nunca

Presente em mim

 

Nunca mais

Meu olhar vai cruzar o seu

Doce olhar

Olhos que diziam

Na falta da palavra

Te amo!

 

Nunca mais

Vou sentir a saudade

De mais uma semana de amor

Fica a saudade

De todas as semanas

De amor vivido e não vivido

 

Nunca mais

Em nosso passeios pelos passeios

Vou fingir conduzi-lo

Conduzida por você

Temer os vira latas

Meu Vira Lata querido!

 

Nunca mais

Marcarás território

Espargindo sua presença

Em cada canto da cidade

Agora, seu território

Está marcado em mim

 

Nunca mais

Vou deixa-lo fugir

Para vê-lo solto

Agora livre

Solto de todas as amarras

Ninguém te prende mais

 

Nunca mais 

Tocarei seu pêlo sujo

Sem conter o desejo

Das carícias catinguentas 

Agora, de cheiro  novo

Seu aroma cheira saudade


Nunca mais 

Rolarei pelo chão contigo

Imitando seus gestos

Querendo ser para você

Sua "Semelhante"

Sentir o que sente


Nunca mais

Ouvirei seu rosnado

Parecendo bravo

O dono do pedaço

Nos meus despedaços

Não consigo fingir bravura 

 

Nunca  mais

Serei sua protegida

Imune à sua raiva

Nos incômodos necessários

Ao invés de mordidas

Receber seu olhar compassivo

 

 Nunca mais

Vou cuidar de você

Doar energia 

Salva-lo 

Afastar os perigos

Que pudessem tirar você de mim


Nunca mais

Temerei a sua morte

Andas tão vivo dentro de mim

Que chego procura-lo fora

Lá fora, você não está

Aqui dentro, sempre


Nunca mais

Tantas  vivências

Para sempre

Tantas lembranças

Para agora

Cadê nós dois?


Se a nossa finitude

For transitória

Um dia, a gente se vê

Se for definitiva

Um dia, a gente se viu

Partimos partidos


Na finitude ou infinitude

Nada será como antes

Tudo será novo

Como sempre tem que ser

Serás novo e vivo

Vida nova!


Longe de ti

No seu por de vida

Projetei você

Nas montanhas do Arpoador

Você que foi um sol em mim

Foi se pondo devagarinho


Quisera, eu, segurar o sol

Frear seu último raio

Mas, a vida gira

O sol se pôs aqui

Se acendeu em outro lugar

Talvez, lá, a gente se veja um dia


Saindo do mar

A lua se acendeu naquele dia

Revirando sentimentos

De uma mãe enlutada

Que luta agora

Para apagar a sua dor


Você se foi

Em algum lugar você ficou

Lugar de amor

Amor que não se apaga

Irradiando presença em mim

SEMPRE!!!!




Um comentário:

  1. Belíssima poesia, minha amiga!
    Parabéns!!
    Entendo perfeitamente.
    É justamente o que sinto em relação à Luna, a cadelinha da minha irmã que também nos deixou há 3 anos. Quando eu chegava lá, era uma festa enorme pra mim. Sinto saudade dela até hoje!
    Um beijão!!

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